Σεπτέμβριος 09, 2022

História Natural de Ampheres

Dados ecológicos são muito importantes para a definição de histórias evolutivas de clados, mas esse tipo de informação está na maior parte do tempo ausente da literatura.
Como estou fazendo uma iniciação científica com o gênero de opiliões Ampheres Koch 1839 decidi anotar o pouco que anotei sobre sua ecologia ao longo desse tempo.

A princípio, fui informado que a subfamília Caelopyginae, na qual Ampheres é posicionada, era difícil de encontrar em coletas, talvez por ser rara ou habitar algum microhábitat específico. Ouvi de Ricardo que eles seriam mais arborícolas do que os outros opiliões, ficando menos ao alcance de coletas ativas. Ouvi de França que já os tinha encontrado em bromélias durante o dia.
Quando fui em coleta ao Paraná (região de Morretes, no litoral, e Campina Grande do Sul, na serra) não encontrei um único indivíduo dessa subfamília (sendo que teoricamente ocorrem pelo menos 4 espécies na região). As buscas seguiram o roteiro corriqueiro para aracnídeos, passando próximo a córregos e pequenas a grandes cachoeiras.

No PNItatiaia, encontrei meu primeiro Ampheres, um A. luteus ! Primeiro Ampheres
Ele estava sob a folha de uma Siparunaceae (?) mais alta do que eu. O ambiente era uma trilha do parque, delimitada de um lado por um paredão sienítico e do outro pelo próprio rio Itaporani. Nesse trecho de terra havia algumas árvores pequenas que deviam receber muita luminosidade rante o dia. Nos outros dias desse campo, encontrei mais mais 3 indivíduos dessa espécie: um estava no mesmo ambiente, a poucos metros de distância; os outros estavam em outra trilha que era uma descida íngreme. Árvores altas cobriam mais o dossel do que na trilha do Itaporani e eu encontrei um dos animais na face abaxial (que estava voltada para a frente) de outra folha, em um local presumivelmente bem sombreado; e o outro em uma folha seca de palmeira (Provavelmente Juçara, que era dominante no local), na beira da trilha onde bateria um pouco mais de sol durante o dia.

Em uma outra viagem, para o PEIntervales, coletei 3 indivíduos juvenis de A. leucopheus e uma adulta em Guarda-Chuva Entomológico, na folhagem de Piperáceas. Todos esses estavam na borda de trilhas largas, em arbustos que com certeza recebiam bastante sol durante o dia. carnudo macetando plantas

França coletou para mim mais 7 indivíduos na Praia da Mambucaba, no PNSBocaina. Ele relatou que os indivíduos (5 machos e 2 fêmeas) estavam nas bordas de uma clareira na mata. Esse foi o único relato direto de muitos indivíduos no mesmo local.

Todas essas observações me fizeram pensar em uma hipótese: talvez os indivíduos de Ampheres tenham um hábito menos críptico do que outros Gonyleptidae. Além disso, é possível que sua coloração amarela, compartilhada pela maioria dos outros Caelopyginae, esteja relacionada a esse hábito peculiar. Isso se sustenta pois outros membros dessa subfamília que observei (principalmente Pristocnemus pustulatus em Intervales) apresentavam o mesmo padrão. Isso explicaria também porque eles são relativamente raros em coletas: as buscas ativas mais comuns preferem ambientes mais fechados e sombreados.

Porém ainda sobram algumas questões: percebi que o tamanho do olho dos Ampheres varia consideravelmente. Ainda precisaria fazer medições mais precisas e ver se há variação entre as espécies para afirmar algo, mas a princípio esse caracter pode indicar hábitos de vida diversos.

Em relação aos caracteres propostos por Machado et al. 2012:

  • Não foi observado cuidado parental em nenhum caso.
  • Não foi observada secreção em gotas conspícuas
  • Não foi observado nenhum indivíduo se alimentando
  • Para os A. leucopheus de Intervles, aparentemente folhagem de sub-bosque ("alta") é tanto o local de "sheltering" quanto o de forrageamento noturno.
Posted on Σεπτέμβριος 09, 2022 0903 ΜΜ by luisfelipe4 luisfelipe4 | 2 παρατηρήσεις | 0σχόλια | Αφήστε ένα σχόλιο

Φεβρουάριος 07, 2022

Dia 1 - Cabo do Cogumelo - Ubatuba, SP

Nas últimas semanas tenho estado muito interessado por escrita naturalista, e decidi que deveria começar a experimentar eu mesmo. Pelo que vi, poucos foram os naturalistas brasileiros que descreveram os ambientes nacionais, menos ainda com a minúcia de alguns autores do gênero nascidos na América do Norte e Europa.
Semana passada estive em Ubatuba, litoral norte do estado de São Paulo, e me dispus a registrar profundamente uma pequena faixa de mata, situada em um pequeno cabo entre a Praia do Lázaro e a Praia Domingas Dias. Há uma trilha que começa por entre as pedras do costão rochoso no extremo leste da Domingas Dias, dando acesso à mata do cabo. Como não tinha ainda um nome, decidi apelidá-lo de "Cabo do Cogumelo", pois da primeira vez que visitei o local (set/2020) o que mais me chamou atenção foi a grande quantidade de fungos saprófitos. O cabo é rodeado por pedras de tamanhos variáveis e é formado por um morro de ~40m de altura.

mapa do cabo
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LOCAL 1 Para entrar na trilha é preciso passar por cima das pedras do costão Rochoso, que apresentam algumas características interessantes. Poucos organismos são encontrados nas rochas, fora alguns gastrópodes e Ligia sp., alojados em uma rachadura. Essa rachadura, assim como a maioria das outras, parecem ser formadas pela intemperização de estrias nas rochas, que apresentam cor mais clara do que o restante do substrato. Um pouco mais para cima no costão, me aproximando da mata, percebi que a comunidade de organismos é bem atípica para praias arenosas, e já começa a apresentar características de uma comunidade da mata! Em primeiro lugar, há uma espécie de Poaceae que se fixa bem nas rochas e que não encontrei em nenhum outro local; mas também percebi que as poças de água nas concavidades das rochas abrigam água doce e organismos que habitariam poças de água em uma floresta - principalmente larvas de mosquito.
Passando pelas pedras, cheguei rapidamente em solo terroso, que não mostrava traços da arenosidade da praia. Nesse local, podemos ver uma comunidade de plantas afeitas à luz plena:
monocot com flor Monocotiledônea com flores (Bambusoideae?) https://www.inaturalist.org/observations/106053403
cogumelinho Cogumelo pequeno https://www.inaturalist.org/observations/106053294
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LOCAL 2 Entrei na mata em si. O tamanho das árvores mais altas é de ~10m, com algumas árvores emergentes - principalmente palmito-Juçara. A mata parece muito bem preservada, o que faz sentido considerando que trata-se de uma região de difícil acesso e difícil de construir. A maior perturbação é a presença de uma espécie exótica de Araliaceae (provavelmente Heptapleurum actinophyllum). O estrato herbáceo é dominado por bambus e samambaias:
olyra Bambu do gênero Olyra ("or other related herbaceous bamboo" segundo M. Vorontsova) https://www.inaturalist.org/observations/105987944

anemia Samambaia do gênero Anemia https://www.inaturalist.org/observations/105988582

Uma planta do sub-bosque me chamou a atenção especificamente: ela é repleta de espinhos nos nós e apresenta frutas semitranslúcidas de cor branca a vermelha. Ainda não identifiquei. https://www.inaturalist.org/observations/105987732
frutinhas espinhos

Vi também alguns animais nesse trecho:
trigona .................................. Cyllopoda

Abelha Trigona https://www.inaturalist.org/observations/105988009 ................................ Borboleta Cyllopoda https://www.inaturalist.org/observations/106053254

Uma formiga me chamou a atenção: ela parecia de longe uma Ponerini comum, mas uma olhada mais atenciosa me fez perceber que seu comportamente era igual ao de uma vespa, principalmente na erraticidade, solitariedade e o movimento das antenas, que eram muito laranjas. Pensei que fosse uma vespa mimetizando uma formiga (como Mutilidae) mas também pode ser uma formiga mimetizando uma vespa. Seus movimentos erráticos impediram que eu tirasse uma boa foto. https://www.inaturalist.org/observations/106052850

Uma espécie de lagarta Geometridae me chamou atenção também pela quantidade (observei por volta de 5). Pensei que elas pudessem estar se preparando para pupar e uma delas estava pendurada por um fio de seda.
trigona https://www.inaturalist.org/observations/106053128

Observando palmeiras jovens, bastante presentes no estrato herbáceo da mata, percebi algo sobre seu ciclo de vida: Os indivíduos jovens apresentam folhas mais simples que, após chegarem a um tamanho máximo (ou após um número determinado de folhas jovens?) dão lugar às folhas típicas de palmeira, compostas por vários folíolos finos em uma raque. A partir apenas dos juvenis, foi possível diferenciar as duas espécies de palmeira que observei: Euterpe sp. apresentava juvenis com folhas simples, com formato e venulação típicas de monocotiledônea e com tamanhos de até 50cm;
euterpe bebe https://www.inaturalist.org/observations/106326862

a outra espécie (https://www.inaturalist.org/observations/105988065), que tem adultos de 2m e espinhos em todo o tronco e folhas, apresenta juvenis com folhas compostas por 2 folíolos apenas e espinhos desde esse estágio.
palmeira espinhuda bebe https://www.inaturalist.org/observations/106327174

Neste local também, observei os cogumelos que dão nome ao cabo! A maioria do que vi estavam se alimentando de troncos caídos.
Trametes Lentinus mycena hygrocybe
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LOCAL 3
Seguindo a trilha, me deparei com um paredão de rocha exposta, de aproximadamente 1 metro de altura. Para escalar o morro, seria necessário subir nele e no barranco íngrime que segue, mas eu não tinha equipamento adequado. Nos espaços de terra do barranco se alojavam algumas espécies de samambaia e ao pé do barranco, uma palmeira da espécie espinhuda:
palmeira espinhuda https://www.inaturalist.org/observations/105988065

Posted on Φεβρουάριος 07, 2022 0635 ΜΜ by luisfelipe4 luisfelipe4 | 16 παρατηρήσεις | 0σχόλια | Αφήστε ένα σχόλιο

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